terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Adeus 2014


Termino 2014 com uma lista de promessas não cumpridas, de amores não realizados e de textos inacabados. Foi um ano improdutivo, interminável, mal aproveitado. Ah, que ano! O ano dos sonhos não concretizados e dos desejos irrealizados. Dois mil e quatorze acaba de entrar para a minha lista de anos difíceis.

Faltou serenidade para dormir bem. Faltou paz de espírito para viver zen. Sobraram angústias, incertezas, dívidas e dores de cabeça. Faltaram os amores e sobraram os desamores. Faltou fé, coragem e até uma dose de traquinagem. A tristeza se fez presente. O dinheiro permaneceu ausente. Que ano! Que canseira!

Aninho chato, complicado, arrastado. Este ano testou a minha paciência e a minha fé - e sinto que fui reprovada nesses dois quesitos. A paciência faltou, em diversos momentos, e a fé vacilou, a todo tempo.

O ano foi tão exaustivo que comecei a contagem regressiva para ele acabar já no mês de outubro. Pela minha cabeça só passava um pensamento: acaba logo 2014 e leve embora todas minhas as minhas decepções, meu desânimo e minhas inquietações.

Dois mil e quatorze deixou a desejar. Em 2014 eu deixei a desejar. Faltou força e também foco. Faltou principalmente eu tirar os planos do papel - deveria ter me dedicado menos as listas e mais as conquistas. Fazer o que? Faltou coragem e também assertividade.


Que 2015 renove minhas forças, minha fé e minha crença de que de uma hora para outra tudo pode mudar para melhor. Que seja o ano das realizações e dos caminhos abertos. 

Camila Santos

domingo, 23 de novembro de 2014

Felicidade

Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz
Sentirá o ar sem se mexer
Sem desejar como antes sempre quis
Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o sol quando voltar

Lembrará os dias
que você deixou passar sem ver a luz
Se chorar, chorar é vão
porque os dias vão pra nunca mais

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem

Tem vez que as coisas pesam mais
Do que a gente acha que pode aguentar
Nessa hora fique firme
Pois tudo isso logo vai passar

Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o sol quando voltar

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem

Dançar na chuva quando a chuva vem
Dançar na chuva quando a chuva
Dançar na chuva quando a chuva vem



Marcelo Jeneci

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sei lá... a vida tem sempre razão


Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.

De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.


Toquinho

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Toda Forma de Amor

Eu não pedi pra nascer
Eu não nasci pra perder
Nem vou sobrar de vítima
Das circunstâncias


Eu tô plugado na vida
Eu tô curando a ferida
Às vezes eu me sinto
Uma mola encolhida...


Lulu Santos


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

31


Há cerca de 2 meses completei 31 anos e agora me sinto definitivamente na casa dos trinta. Os 29 anos ficaram bem lá atrás e hoje estou mais perto dos 32, 33 e 34 do que dos vinte e poucos anos. Estar na casa dos trinta é bom, ter 31 é melhor ainda. Até já me acostumei com a sonoridade: TRIN-TA-E-UM.

Acho que essa idade tem mais bônus do que ônus. E um deles, no meu caso, é que eu comecei a me aceitar do jeito que eu sou. E isso inclui parar de esconder os meus defeitos embaixo do tapete. Minhas imperfeições estão bem na superfície e por mais que eu tente escondê-las algumas delas já estão tão enraizadas, que fazem parte de mim. Se eu abandoná-las estarei perdendo um pouco da minha essência. Então, melhor deixá-las comigo.

Também já começo a aceitar o meu cabelo do jeito que ele é: cacheado, armado e desalinhado. Nasci com cachos e vou morrer com eles, então, melhor aceitá-los. Não sinto mais a mesma vontade de escondê-los. Agora quero exibi-los.

Da mesma forma estou me libertando – com certa dificuldade admito -, da mania de querer ser legal com todo mundo. Percebi que todo mundo e muita gente para ser legal. Além disso, às vezes a gente não consegue ser legal nem com a gente mesmo, então para que ser com os outros? Ser legal o tempo todo leva a exaustão e sufoca nossa espontaneidade. Por isso, tenho deixado o meu lado chato florescer (ele é bem suportável), não vou mais guardá-lo só para mim. A moda agora não é compartilhar? E o que tenho feito com a minha faceta chatinha.

Os 31 anos também apontam uma Camila menos ingênua e isso é a parte que considero mais triste, porque a ingenuidade nos poupa de muitas decepções. É ela quem nos faz enxergar tudo com bons olhos e simpatia. A malícia, ao contrário, nos revela os fatos exatamente do jeito que eles são. Agora sou capaz de captar, de longe, quando há segundas intenções por trás de um discurso ou de uma atitude. Meus ouvidos e minha percepção andam aflorados. Talvez isso seja o ônus dessa idade...Quero a minha ingenuidade de volta!

Mas como tudo tem o seu lado bom e ruim, confesso que vejo mais benefícios nos TRIN-TA-E-UM: agora não pertenço mais ao grupo dos vinte e tantos. Mas ao mesmo tempo ainda sou muito jovem e o tempo está a meu favor. Três décadas já se foram, mas muitas estão ainda por vir, assim espero! E esse é o principal bônus dos 31. Já dá para olhar para trás e lembrar o quanto já fizemos e ao mesmo olhar para frente e vislumbrar quanta coisa há por fazer.


Camila Santos






sexta-feira, 27 de junho de 2014

Copa do Mundo



Não sou fã de futebol e entendo muito pouco desse esporte, mas na época de Copa do Mundo viro torcedora de carteirinha. Assisto aos jogos, torço, vibro com os gols; e até arrisco uns palpites sobre os lances dos jogadores - mesmo que errados.

Eu acho quase impossível não se contaminar com esse clima de Copa porque tudo remete ao Mundial. A decoração nas ruas, o trânsito (nos dias de jogos), a programação da TV - que até provoca “overdose” de tanto que exibe fatos sobre o evento. Mas Copa do Mundo é isso, não é!? Todo mundo falando sobre futebol o tempo todo e em todo lugar.

O fato é que mesmo não sendo fanática por futebol eu não simpatizei, em nenhum momento, com as manifestações contra a realização do Mundial aqui no país. Eu acredito que as manifestações foram tardias e, por isso, já começaram com pouca força.  Afinal de contas, se o Brasil foi escolhido para sediar o Mundial em 2007, qual a razão de iniciar um movimento contra a realização da Copa, meses antes do início do evento (quase aos 45 minutos do segundo tempo)? Pressionar a FIFA? Pressionar o governo? Essas manifestações ocorreram fora de época...

Que houve desperdício de dinheiro e superfaturamento nas obras de vários estádios, nós sabemos. Mas a não realização do Mundial mudaria tudo isso? Duvido. A falta de honestidade nas contas do Mundial é apenas um reflexo de um mal que nos acompanha desde que Dom Pedro pisou em território brasileiro: a desonestidade. É claro que isso não significa que temos que cruzar os braços e nos conformar com a falta de clareza, em tudo o que diz respeito ao dinheiro público. Mas acredito que seja melhor gastarmos a nossa energia para cobrar uma postura mais limpa dos homens que administram o nosso dinheiro no momento certo – como muitos já afirmaram.

O Brasil é o país do futebol, fato! Fama essa conquistada graças a inúmeros ex-jogadores que fizeram história nos campos, desde tempos remotos do Mundial. Já a Copa do Mundo é uma grande festa. Um espetáculo bonito, do qual não vale a pena se privar. O evento merece a nossa atenção e participação. Temos que vibrar por esse esporte que é a nossa cara, que faz parte de nossa tradição. O esporte é legitimo e a nossa torcida deve ser para ele. Isso não significa que somos cúmplices de uns e de outros que, por meio dele, usam e abusam da tal desonestidade.


Camila Santos

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Enquanto Houver Sol


Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma ideia vale uma vida
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança

Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando que se faz o caminho
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou

Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol



 Titãs

terça-feira, 20 de maio de 2014

"Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo o que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas... - Daqui para frente apenas o que couber no bolsa e no coração."



Cora Coralina

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Arrogância


Existem coisas que não mudam no mundo corporativo e uma dessas coisas são aquelas pessoas que se sentem melhores do que os outros. Sabe aquele cidadão que pensa que está acima da média e que acha que o seu trabalho independe da ajuda alheia? Pois bem, é desse cidadão que estou falando. Falo daquele sujeito que se julga autosuficiente e que acredita que todas as outras pessoas: colegas de trabalho, parceiros, chefes e clientes são apenas um reflexo do seu surpreendente desempenho.
  
Se você nunca conviveu com gente assim, sinta-se sortudo! Eu já tive o azar de esbarrar com pessoas assim; e por mais que esteja vacinada ainda me pego questionando o comportamento desses seres “superiores”. Afinal, não entendo porque essa turma “trabalhada na arrogância” insiste em tratar, com pouca consideração, aqueles que ocupam um cargo inferior ou quem, aos seus olhos, não pode lhe trazer nenhum benefício no futuro.

Acho que o problema maior dessas pessoas, além da arrogância, é a falta de visão. Gente assim tem um campo de visão limitado e isso os impedem de enxergam que o colega de trabalho de hoje, poderá se tornar o chefe de amanhã; ou que o subordinado de hoje, poderá se tornar um futuro cliente. Eles são míopes.

Pessoas assim não mantêm amigos – mantêm contatos; não conseguem se divertir consigo mesmo e muito menos compartilhar conhecimento. São profissionais que vivem focados em si e por isso não conseguem nem dizer “bom dia”, para o colega de trabalho que está ao seu lado. Eles se bastam - ou pelo menos acreditam nessa mentira, que eles mesmos inventaram em suas cabeças.

É claro que muitos desses arrogantes acabam alcançando sucesso. E nem poderia ser diferente, pois normalmente eles são muito focados no trabalho e sabem fazer marketing pessoal, como poucos. Eles têm o seu valor. Mas essa turma costuma chegar ao topo sozinho, sem ter com quem comemorar - porque ao longo de sua trajetória profissional esqueceram de olhar para o lado.


Camila Santos

sábado, 3 de maio de 2014

Samba da Bênção

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Senão é como amar uma mulher só linda...


Vinicius de Moraes

quarta-feira, 5 de março de 2014

Sinceridade

Sinceridade. Quando é que vale a pena usá-la? Eu acho que em pouquíssimos casos. Ultimamente só a uso quando me solicitam e ainda assim com algumas restrições. Ser sincera para quê? A maioria das pessoas não está pronta para ouvir opiniões sinceras. O que quase todos desejam é ouvir o que soa bem aos seus ouvidos. Nem uma vírgula a mais e nem a menos. 

Acho que a sinceridade só é bem-vinda quando somos crianças. Daí sim, toda frase sincera, mesmo que constrangedora é bonitinha e até engraçada: mãe o seu cabelo está feio hoje; professora: não entendi nada o que você explicou. Na boca de uma criança toda frase sincera é bem interpretada e até tolerada, quase um doce! Agora no mundo dos adultos a dinâmica é outra. Quem é sincero ganha fama de grosseiro, de mal educado, de sujeito “do contra”. No mundo de gente grande, acreditem, não há espaço para a sinceridade.

Por essas e por outras de uns tempos para cá eu me tornei adepta das meias verdades. Digo apenas um pedacinho da verdade e deixo a outra parte, normalmente a principal, guardada na minha cabeça. Também tenho usado um outro artifício que eu batizei de “mentirinha do bem”, funciona assim: eu omito a verdade, digo a inverdade e concordo, de mentirinha, com o que o outro está dizendo. Chamem isso de falsidade ou do que bem quiserem. Mas cansei de ser sincera, num mundo onde impera a hipocrisia. Prefiro me proteger, guardar a minha língua dentro da minha boca e as minhas ideias dentro da minha cabeça.

Também não estou levantando a bandeira em prol da mentira ou da omissão. Acho a sinceridade uma virtude. O meu questionamento aqui é em relação ao modo como a sinceridade é vista. Embora na teoria ela seja bem-vinda. Na prática, no dia a dia ninguém a enxerga com bons olhos. Daí o cara que se expõe, que tem a coragem para dizer o que pensa acaba sendo mal interpretado, apenas por dizer, com sinceridade, o que ele pensa.

São poucos os que querem a nossa sinceridade e os que estão preparados para ouvir umas verdades. São menos numerosos ainda os aceitam quando dizemos o que pensamos. A grande parte das pessoas; repito: não deseja escutar opiniões verdadeiras.


Também não estou aqui defendendo o sujeito que, em prol da sinceridade, sai por aí dizendo um monte de baboseira para quem quiser ouvir. Acho que sinceridade tem hora e lugar, e sair por aí vomitando a verdade, sem respeitar o outro é de uma deselegância sem igual.  Afinal, eu acho que ninguém é assim tão dono da verdade para se sentir no direito de esbravejar a sua fúria pelo mundo. Se você não sabe dizer o que pensa sem ser agressivo e sem ultrapassar o limite do outro é melhor não dizer nada. A sinceridade está à disposição de todos, mas é para poucos (só para os que sabem dosa-la).



Camila Santos

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Já é


sei lá...
tem dias que a gente olha pra si.
e se pergunta se é mesmo isso aí.
que a gente achou que ia ser
quando a gente crescer
e nossa história de repente ficou
alguma coisa que alguém inventou
a gente não se reconhece ali
no oposto de um déjà vu

sei lá
tem tanta coisa que a gente não diz
e se pergunta se anda feliz
com o rumo que a vida tomou, no trabalho e no amor
se a gente é dono do próprio nariz
ou espelho é que se transformou
a gente não se reconhece ali.
no oposto de um vis a vis

por isso eu quero mais
não dá pra ser depois
do que ficou pra trás
na hora que já é!

Lulu Santos