domingo, 4 de dezembro de 2011

Não me deixe só


Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero do amor

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou de bem mais

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou de bem mais

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Vanessa da Mata



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

28 anos


Vinte e oito anos é uma idade complicada. Acredito que até muito mais complicada que os dezoito anos, fase em que saímos do colegial rumo direto ou quase direto, como foi o meu caso, para a Universidade. No entanto, aos 18 anos tudo parece muito promissor, olhar para o futuro é seguro, é gostoso. Nesta fase temos a falsa ideia de que a vida é uma linha linear e tudo, tudinho mesmo, será do jeitinho que planejamos.

Aos vinte e oito anos a história muda. Algumas escolhas já foram feitas, alguns caminhos já foram traçados e daí nos deparamos com a seguinte questão: Será que fizemos a escolha certa? Para a nossa frustração a resposta não vem, pelo menos até agora não veio para mim, e a pergunta continua viva em nossas cabecinhas: FIZEMOS OU NÃO FIZEMOS A ESCOLHA CERTA???

Definitivamente 28 anos é a idade do questionamento. É a idade da crise, do conflito, pelo menos no meu círculo de amizade tem sido assim. Não há uma só criatura que conheço com esta idade que não esteja com vontade de mudar o rumo antes de continuar seguindo em frente.

O fato é que vinte oito anos é uma idade difícil. Parece até que a vida nos cobra uma nova postura, nos força a fazer novas escolhas. Somos praticamente empurrados a optar por novos caminhos.

Ah quem acredite que a crise dos vinte oito anos é conseqüência de um fenômeno chamado retorno de saturno. (agora até o planeta Saturno, acreditem ou não, tem culpa no cartório). Mas o que este bendito planeta tem a ver com a crise dos 28 anos? (o google pode explicar!).

Enquanto Saturno lá de cima não deixa nós, seres mortais de 28 anos, em paz o melhor é ir levando com ou sem crise. Acredito que até os 29 anos as respostas cheguem até nós. Se não chegar vamos chutar o balde.


Camila Santos

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vou Deixar

Vou deixar a vida me levar
Pra onde ela quiser
Estou no meu lugar
Você já sabe onde é
É, não conte o tempo por nós dois
Pois, a qualquer hora posso estar de volta
Depois que a noite terminar

Vou deixar a vida me levar
Pra onde ela quiser
Seguir a direção
De uma estrela qualquer
É, não quero hora pra voltar, não
Conheço bem a solidão, me solta
E deixa a sorte me buscar

Eu já estou na sua estrada
Sozinho não enxergo nada
Mas vou ficar aqui
Até que o dia amanheça
Vou me esquecer de mim
E você, se puder, não me esqueça

Vou deixar o coração bater
Na madrugada sem fim
Deixar o sol te ver
Ajoelhada por mim, sim
Não tenho hora pra voltar, não
Eu agradeço tanto a sua escolta
Mas deixa a noite terminar

Eu já estou na sua estrada
Sozinho não enxergo nada
Mas vou ficar aqui
Até que o dia amanheça
Vou me esquecer de mim
E você, se puder, não me esqueça

Não, não, não quero hora pra voltar, não
Conheço bem a solidão, me solta
E deixa a sorte me buscar
Não, não, não tenho hora pra voltar, não
Eu agradeço tanto a sua escolta
Mas deixa a noite terminar

sábado, 15 de outubro de 2011

Trabalho x Dinheiro




Eu quero ganhar muito dinheiro trabalhando, mas não quero de jeito nenhum trabalhar em algo que eu não gosto apenas para ganhar dinheiro.

Abomino essa história de ter que escolher entre uma coisa ou outra: ou se faz o que gosta ou se ganha dinheiro. Não quero ter que optar pelo prazer no trabalho ou pelo dinheiro. Eu quero ter os dois, as duas coisas são muito importantes para mim.

Sou muito pé no chão e sei que não há profissão alguma no mundo que não tenha os seus prós e contras, mas eu não quero passar a maior parte da minha vida fazendo apenas que eu gosto. Idealista? Talvez. Sonhadora? Nem tanto... Mas como boa leonina o trabalho só vale para mim se for de verdade, se for algo que me inspire, me entusiasme. Não acho que quero demais. Quero apenas o que todos querem - ter uma profissão que me faça feliz e que preencha, generosamente, a minha conta bancária.

Camila

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Antes tarde que nunca


Quando o ano começou eu prometi a mim mesma que atualizaria o meu blog semanalmente. No entanto, eis aqui o “exagerada é apelido” super desatualizado. Implorando por novas palavras, por novas histórias.

A verdade é que a vida está corrida. Tenho a impressão de que a vida nunca esteve tão acelerada, tão atropelada. Os dias passam rápidos, os meses voam. Parece até que a Páscoa foi ontem.  

O fato é que entre um acontecimento e outro (e olha que têm rolado várias histórias), o meu blog foi ficando de lado. Aliás, se meus poucos, mas fiéis seguidores levassem em consideração a periodicidade do meu blog com toda a certeza do mundo eles já teriam desistido de mim. Não desistam de mim meus caros! O ano ainda não acabou. Pretendo recuperar o tempo perdido.

Camila Santos





domingo, 18 de setembro de 2011

22

When she was 22 the future looked bright
But she's nearly 30 now and she's out every night
I see that look in her face she's got that look in her eye

She's thinking how did I get here and wondering why
It's sad but it's true how society says
Her life is already over

There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

She's got an alright job but it's not a career
Wherever she thinks about it, it brings her to tears
Cause all she wants is a boyfriend

She gets one-night stands
She's thinking how did I get here
I'm doing all that I can

It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say

Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age
It's sad but it's true how society says

Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

Lily Allen

sábado, 2 de julho de 2011

Comentário sobre a Postagem : Eu e Meu Dedo Podre

Querida Camila, não sei por que não consegui postar o comentário a seguir: Tudo bem que é saudável a gente achar que 50% da responsabilidade de tudo que atraímos é nosso, mas você há de convir que fica um pouco difícil acertar a pontaria, dentre um universo repleto de homens equivocados, malformados na origem, e que ainda não se localizaram, diante desse novo arquétipo de mulheres que se configura nos tempos atuais. E tem também a gama de mulheres que ainda não se ligaram que o papel de escolhas mudou, e vão dando desconto para esses "machos" transgênicos que a sociedade criou.Elas dão eco para eles!!!

O machismo ainda impregnado no DNA da nossa sociedade, mas camuflado pelas novas exigências de "mercado", é o nosso maior inimigo. Tudo bem que o seu dedinho precisa ser melhor treinado, mas que estamos vivendo desafios dessa modernidade, ah, estamos.

Qual homem não quer uma mulher bonita, inteligente, independente, que divida a conta, que pague seus gastos, e quem sabe, até os dele, mas que seja dócil e meiga, sem fazer questionamentos e sem contemplar contrapartida no relacionamento? Se a gente der desconto e se contentar com os modelos "retificados" que coalham o nosso dia a dia, daremos descontos para a nossa felicidade.

Capriche na afinação do seu dedinho e continue a procurar um homem de carater, que tenha propósitos claros, mesmo que antagônicos aos seus, mas que seja HONESTO e VERDADEIRO. Enquanto nos contentarmos com os dissimulados e evazivos, não daremos espaço para os VERDADEIROS se aproximarem. Tia Sandra recomenda: não aceite menos da vida, muito menos dos homens! Você pode e merece tudo, então, não fique com 10%, 20% ou 50%. Só queira 100% da vida!

Sandra de Angelis

sábado, 25 de junho de 2011

Eu e meu dedo podre


Eu escolho os meus relacionamentos a dedo. No entanto, isso até seria bom não fosse pelo fato das minhas escolhas serem feitas pelo meu dedo podre. Sim, eu tenho um dedo podre! Aliás, é um dedão enorme de podre. É um dedo que consegue ir direto e reto nos homens errados. Naqueles homens que com certeza vão me deixar esperando, sem nenhum constrangimento, e me farão sofrer.

Meu dedo é certeiro. Ele consegue atrair as melhores espécies do sexo oposto. Ora atrai um tipo galinha ora atrai um tipo folgadão, quando não um tipo egoísta, daquele que enxerga apenas o seu próprio umbigo.

As últimas espécies que meu dedinho atraiu foram marcantes. Um tinha o ego lá nas alturas, se achava um Deus - a última coca-cola do deserto. O outro gostava tanto de si mesmo que parecia a própria reencarnação do Narciso. Teve também o cara de pau comprometido que desejava compartilhar o seu amor entre eu e a sua namorada.

Por um tempo eu até pensei que meu dedo podre tivesse me dado folga, mas depois percebi que meu dedinho tinha apenas me dado uma trégua, para eu ganhar fôlego, até que o próximo cidadão aparecesse.

Dessa vez meu dedo podre mirou em tipo tímido. Sabe aquele sujeito com jeito de bom moço? Até agora eu não sei onde eu estava com a cabeça para não ter desconfiado a tempo deste cidadão! O tipo bom moço pisou na bola, fez feio. Mostrou ser uma coisa quando na verdade era outra. Por um tempo eu até acreditei que o tipo “bom moço” merecia estar perto de mim. No entanto, foi engano meu e do meu dedo.

Camila Santos

domingo, 3 de abril de 2011

BBB Brasil


Antes eu achava que o Brasil era apenas o país do futebol, mas agora eu começo a acreditar que ele também é o país do reality show, ou melhor, do BBB Brasil.

Terça-feira, antes da final do Big Brother Brasil, não se falava em outro assunto além de quem seria o ganhador do prêmio de um milhão e meio de reais (agitação parecida com essa eu só lembro de ter visto em final de campeonato de futebol e olhe lá!

A verdade é que o BBB Brasil virou paixão nacional, igual ao futebol. Prova disso, é que enquanto o programa foi exibido todo mundo tinha uma opinião para dar sobre algum participante. Uns diziam que fulano merecia ganhar por ser um jogador estratégico, outros acreditavam que sicrano merecia o prêmio por jogar com emoção. Uma verdadeira discussão sem fim.

Até minha mãe entrou na dança do BBB Brasil. Não perdia um só dia do programa - parecia até que estava acompanhando uma novela global do horário nobre.

BBB Brasil virou notícia, virou matéria de home e gostemos ou não o programa está aí. Dar uma espiada agora é moda é lugar comum. Acho que em breve o BBB vai virar tradição, assim como as nossas novelas e o nosso futebol. No entanto, eu estou na torcida para que isso não aconteça, mas e você?

Camila Santos

sábado, 12 de março de 2011

Pizza



Quando meu pai estava entre nós todo sábado era dia de pizza lá em casa. Podia acontecer o que fosse; fazer chuva ou sol, mas sábado era dia de pizza. Até quando o dinheiro era pouco comíamos a bendita pizza. Trocávamos o sabor, a pizzaria, mas a pizza sempre estava na mesa. Cresci comendo pizza aos sábados, era quase como um ritual. Um hábito seguido religiosamente pela minha família.

Os sábados eram sempre muito movimentados em casa. Era o dia em que a família ficava toda junta para comer a, FAMIGERADA, pizza e entre um e outro pedaço aconteciam as conversas, brigas ou discussões.

Sábado era dia de bagunça. Era o dia do meu cunhado se apossar do controle remoto da televisão enquanto a minha cunhada colocava o papo em dia com a minha mãe, na cozinha. Neste dia também era comum as minhas sobrinhas apresentarem alguma coreografia de dança ou   peça de teatro para a família. Ficávamos todos no sofá observando, por livre e espontânea pressão, todas as apresentações.

Agora os sábados não são mais dias de pizza aqui em casa, mesmo quando comemos pizza. Falta alguma coisa...falta sabor, falta recheio, falta tempero...

Camila Santos

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sampa



Moro em São Paulo desde pequena e mesmo sabendo que há muitas coisas ruins nesta cidade como a violência, o trânsito e tantas outras mazelas que até uma criança de 7 anos é capaz de pontuar, com facilidade, não consigo me imaginar morando em outro lugar.

Não posso negar que São Paulo me inspira sentimentos contraditórios. Sou capaz de odiar e amar essa cidade inúmeras vezes ao longo de um mesmo dia. Odeio São Paulo quando fico presa no trânsito ou quando me sinto exposta a violência, mas amo essa cidade pela agitação constante, pelos seus parques e tantas outras opções de lazer e diversão.

O fato é que gosto de São Paulo. Gosto desta metrópole que abriga tanta gente diferente, que acolhe tantas culturas, tantos povos. Cidade generosa que permite que as pessoas aconteçam, que os negócios prosperem e que o Brasil não pare.

Parabéns São Paulo!

Camila Santos

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Educomunicação: uma revolução no espaço escolar

Recentemente tive contato com um tema até então ignorado por mim: a educomunicação. De cara imaginei que esta tal educomunicação consistia na união da comunicação com a educação, simples assim! Mas eis que descubro, por meio de uma entrevista realizada com o Professor Ismar de Oliveira Soares, que este é um assunto mais amplo e complexo do que o meu pobre senso comum poderia supor.

Educomunicação, para quem ainda não sabe, é um novo campo de atuação. Uma nova área de estudo que busca utilizar a comunicação e as suas ferramentas ou mídias: internet, rádio, televisão e cinema para práticas educativas. "Ela existe em decorrência de uma tradição latino-americana que busca promover o direito universal à expressão, numa perspectiva dialógica, através da formação de ecossistemas comunicativos abertos e participativos em espaços destinados à educação", explica o professor Soares.

O tema ganhou visibilidade no Brasil no final da década de 90, após o Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE) realizar uma pesquisa com especialistas de países da América Latina e da Península Ibérica. Fundado em 1996, sob coordenação do Professor Soares, o Núcleo pretendia pesquisar a inter-relação existente entre as áreas de comunicação e educação e descobrir quais eram as características dos profissionais que atuavam neste campo.

Tamanha é a importância do assunto que em 2009 a Universidade de São Paulo (USP) aprovou a criação do curso de Licenciatura em educomunicação para o vestibular da FUVEST. O principal objetivo do curso, oferecido pela Escola de Comunicações e Artes da USP, é preparar os profissionais para atuarem na interface entre as áreas de Comunicação e Educação.

Para entender um pouco mais sobre esse assunto confira a entrevista concedida pelo Professor Soares. Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, Soares é reconhecido como o precursor dos estudos sobre educomunição no Brasil.

Camila: Como podemos definir o conceito Educomunicação?

Professor Ismar de Oliveira: Quando falamos em educomunicação temos que pensar numa permanente troca de informação e de produção cultural envolvendo o aluno, o professor, a coordenação da escola e a família, algo que só pode ser alcançado se a escola for um ambiente democrático, onde o aluno possa participar ativamente, expressando suas idéias e emoções. A educomunicação propõe uma troca simultânea de experiência, de informação entre o professor e o aluno, algo recíproco.

Camila: A prática educomunicativa se resume no uso de novas tecnologias ou redes sociais?

Professor Ismar de Oliveira: Desde que a criação tenha a participação simultânea entre o aluno e o professor, porque existe uma parceria, o aluno só aprende quando produz. A educomunicação diz que o professor é um sujeito dialogante, então utilizar os meios de comunicação de forma crítica e reflexiva é uma parte da educomunicação.

Camila: Existe uma receita para formar educomunicadores?

Professor Ismar de Oliveira: Não há uma receita, o educador com visão dialógica tem dom para ser educomunicador. É possível formar educomunicadores, em cursos de especialização ou mesmo num curso de graduação, como ocorre em Campina Grande, PB, onde a Universidade Federal acaba de inaugurar um bacharelado e na USP, com a Licenciatura em Educomunicação que se destina a formar um professor e um consultor para o novo campo. Idependentemente desses programas oficiais, a prática vem se difundido pela América Latina e em outras partes do mundo a partir de troca de experiências entre educomunicadores auto-didatas. No Brasil, por exemplo, existe uma associação de ongs que se formou justamente para garantir coerência em seu trabalho educomunicativo. Trata-se da Rede CEP – Comunicação, Educação e Participação. Além disso, há práticas educomunicativas em muitos espaços, especialmente em veículos educativos de comunicação. Aliás, somente agora, mais de 40 anos depois de seu surgimento nas práticas da sociedade civil, é que a educomunicação está chegando às escolas e isso justificou a criação de cursos superiores, pois o sistema educativo exige uma formação específica dos que pretendem atuar nas escolas.

Camila: Como podemos inserir as práticas educomunicativas dentro da sala de aula?

Professor Ismar de Oliveira: Hoje é possível reunir um grupo de professores e alunos e trabalhar com eles práticas educomunicativas. No caso, como não existe uma disciplina denominada educomunicação, a prática se dá através do que se denomina como “pedagogia de projetos”, isto é: grupos de professores e alunos interessados no tema desenvolvem suas experiências, com maior ou menor apoio da direção, com maior ou menor integração com as diferentes disciplinas. Tomemos o exemplo do Educom.rádio, um projeto que levamos para 455 escolas da Prefeitura de São Paulo, entre 2001 e 2004. Hoje, passados dez anos da implantação da experiência, a educomunicação ganhou força para permanecer numa grande rede de educação sem necessidade da assessoria direta da Universidade. No entanto, identificamos diferentes comportamentos das escolas, seus professores e alunos: Em algumas escolas, já não se fala mais no assunto, pois os que fizerem o curso não estão mais nelas e não há quem tenha conhecimento e interesse em buscar formação. Num segundo grupo, existe a prática, mais está vinculada com o conceito de tecnologia educacional. Isso significa dizer que o uso da mídia está à serviço da didática, estando expressamente relacionado à aprendizagem de algum conteúdo, não interferindo nas relações entre as pessoas. Existe, contudo, um grupo significativo de escolas que tem na prática educomunicativa uma filosofia de vida, um paradigma e participação, não importando o meio, se é um programa de rádio, uma produção de vídeo ou o uso do computador, contando que o protagonismo juvenil esteja garantido numa relação criativa e dialógica no espaço da escola. As exigências que a Educomunicação faz aos sistemas de ensino tem feito muitos gestores e professores abominarem o conceito. Prefiram trabalhar as tecnologias da informação simplesmente como suporte didático, sem qualquer incidência sobre a vida da escola e as relações entre as pessoas. Importante lembrar que a educomunicação não propõe uma atitude apenas reflexiva, mas sim ativa, de participação, porque reflexivo é quando alguém fala e o outro reflete sobre aquilo, já a educomunicação propõe trocas de informações, ou uma reflexão compartilhada, mediante um programa que permita o trabalho colaborativo. Frente aos padrões tradicionais, isso pode representar uma revolução no espaço escolar.