sábado, 20 de maio de 2017

Mal resolvida

Anos de terapia não me tornaram uma pessoa bem resolvida. Quem dera tivesse transformado. Continuo com medos, inseguranças e angústias, que às vezes tomam conta de mim. São sentimentos que, volta e meia, me paralisam.

Bem que eu gostaria de ser mais assertiva, destemida e descolada. Com coragem, de sobra, para encarar qualquer desafio sem titubear. No entanto, eu vacilo, eu travo, eu tenho medo!

E não é medo apenas das coisas ruins. Eu também tenho medo das coisas boas. Fico apavorada quando algo que desejo, muito, começa a dar certo. No fundo, no fundo, tenho vontade de sair correndo quando percebo que está tudo ok. Difícil de entender? Tenham certeza que é mais difícil viver tudo isso; porque eu simplesmente travo diante de situações que podem me trazer alegria.

É... eu sou o tipo de pessoa que hesita antes de entrar no trem. Que fica parada olhando para o ticket com medo de embarcar. Sou daquelas que reflete muito, mas muito mesmo, antes de entrar no vagão e aproveitar a viagem - mesmo desejando muito descobrir as surpresas que me aguardam no fim do destino. Eu penso, sofro e hesito antes de seguir em frente. E sei que com essa atitude já perdi inúmeras viagens (mas não só elas). Devo ter perdido muitos empregos e muitos amores também. Aliás, acredito que deixei de viver muitas histórias de amor, por conta desse caos interno que toma conta de mim.

Por outro lado, estou me tornando alguém que tem coragem para falar o que sente. E eu sei que agir assim, em um mundo onde esconder os sentimentos tornou-se normal, é um sinal de muita coragem, não é mesmo? Agora, eu falo o que sinto vontade, sem vacilar. Mesmo correndo o risco de ser tachada de piegas, romântica ou careta. Não tenho mais medo de expor os meus sentimentos e fraquezas. Não me importa que vivemos em um mundo de “personas” perfeitas, decididas e bem resolvidas. Eu não sou assim. E não quero viver essa personagem, porque eu sou de verdade. Eu não sou fake.








2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu acredito nestas palavras... "Às vezes você tem que atear fogo em si mesmo, virar cinza, para poder renascer, virar fênix e fazer voos altos, porque às vezes a gente sofre, a gente chora, às vezes a gente cai, mas quando levantamos, viramos pássaro de fogo, destemido e capaz de enfrentar qualquer desafio e ultrapassar qualquer obstáculo"

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