terça-feira, 26 de novembro de 2013


Há um ano e meio comecei a trabalhar em uma mídia católica e por conta deste trabalho passei a ter o contato, diário, com notícias relacionadas a este universo. Dia após dia leio o que de mais importante acontece no Vaticano, vejo notícias relacionadas aos órgãos importantes da Igreja Católica no Brasil e, como não poderia ser diferente, fico de olho nas informações relacionadas ao cliente com o qual trabalho – uma importante rede de escolas católicas do país.

No entanto a aproximação com o “mundo” católico não me tornou uma pessoa mais ou menos católica. Não me converti ao catolicismo e nem me distancie desta religião. Na verdade eu continuo fazendo parte daquela famosa lista de pessoas denominadas como católicos não praticantes, ou seja, pessoas que foram batizadas na Igreja Católica, fizeram a primeira comunhão, foram crismadas. Mas que pouco participam das celebrações da Igreja ou, na pior das hipóteses, que apenas entram na Igreja para participar do casamento de um familiar ou de um amigo.

Para a minha sorte, nesse pouco tempo trabalhando neste segmento pude acompanhar, com um olhar menos leigo, dois importantes acontecimentos da Igreja Católica: a tomada de posse do Papa Francisco e a Jornada Mundial da Juventude, maior evento juvenil católico do mundo, que neste ano foi realizado na cidade do Rio de Janeiro. Acompanhar a Jornada Mundial da Juventude, de perto, foi um privilégio e tanto para mim. Uma oportunidade única e inesquecível, pois naquele grandioso evento eu vi uma coisa linda: inúmeros jovens expressando a sua fé. Uma fé inabalável em Deus e na vida. Uma fé pautada pelo sorriso e pela alegria. 

Lá na Jornada percebi o quanto a minha fé é pequena, comparada a enorme fé daqueles jovens. Devo admitir que senti certa inveja deles e também da forma como eles se posicionam na vida. Percebi o quanto sou exigente com a vida e o quanto eu negócio com Deus: só serei generosa se tiver isso, só serei feliz se tiver aquilo...Diferente de mim, os jovens que foram a Jornada possuem uma alegria genuína. Eles praticam o bem e ponto final. São felizes com o que têm e não ficam esperando nada em troca da vida e de Deus. Fiquei tocada com tudo aquilo...

Quando a Jornada acabou e voltei para São Paulo, senti um vazio enorme. Uma tristeza inexplicável, pois acho que de certo modo me alimentei da fé daqueles jovens enquanto estive lá no Rio. Já em São Paulo, na minha casa e sozinha, não consegui reviver aquela fé expressada de forma tão espontânea e natural.

Lembro que logo após a Jornada até tentei escrever um texto sobre o evento. Mas foi em vão. Estava triste, chateada e perguntando para mim mesma onde estava a minha fé - a mesma pergunta que eu me faço agora: onde está a minha fé, se muitas vezes uma pequena contrariedade já me transforma na criatura mais incrédula do mundo? Ainda não sei onde está a minha fé e para falar a verdade eu ainda não aprendi a viver com fé.

O que sei é que vejo a minha fé sendo abalada a todo instante e por muito pouco, pois o que tenho no momento é uma fé frágil, que sobrevivi aos trancos e barrancos. Nessas horas, de pouca fé, sempre lembro daqueles jovens da Jornada; tão cheios de fé e com tanta confiança na vida.



Camila Santos

Um comentário:

  1. Cami a fé para mim é isso mesmo que vc comentou no texto ... é dá tudo o que vc tem sem esperar nada ... assim é a fé verdadeira ... assim é a minha fé ... Texto muito bom para ser refletido ... Beijãooo

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