Há
um ano e meio comecei a trabalhar em uma mídia católica e por conta deste
trabalho passei a ter o contato, diário, com notícias relacionadas a este
universo. Dia após dia leio o que de mais importante acontece no Vaticano, vejo
notícias relacionadas aos órgãos importantes da Igreja Católica no Brasil e,
como não poderia ser diferente, fico de olho nas informações relacionadas ao cliente
com o qual trabalho – uma importante rede de escolas católicas do país.
No
entanto a aproximação com o “mundo” católico não me tornou uma pessoa mais ou
menos católica. Não me converti ao catolicismo e nem me distancie desta
religião. Na verdade eu continuo fazendo parte daquela famosa lista de pessoas
denominadas como católicos não praticantes, ou seja, pessoas que foram
batizadas na Igreja Católica, fizeram a primeira comunhão, foram crismadas. Mas
que pouco participam das celebrações da Igreja ou, na pior das hipóteses, que
apenas entram na Igreja para participar do casamento de um familiar ou de um
amigo.
Para
a minha sorte, nesse pouco tempo trabalhando neste segmento pude acompanhar,
com um olhar menos leigo, dois importantes acontecimentos da Igreja Católica: a
tomada de posse do Papa Francisco e a Jornada Mundial da Juventude, maior
evento juvenil católico do mundo, que neste ano foi realizado na cidade do Rio
de Janeiro. Acompanhar a Jornada Mundial da Juventude, de perto, foi um privilégio
e tanto para mim. Uma oportunidade única e inesquecível, pois naquele grandioso
evento eu vi uma coisa linda: inúmeros jovens expressando a sua fé. Uma fé
inabalável em Deus e na vida. Uma fé pautada pelo sorriso e pela alegria.
Lá na Jornada percebi o quanto a minha fé é pequena, comparada a enorme fé daqueles jovens. Devo admitir que senti certa inveja deles e também da forma como eles se posicionam na vida. Percebi o quanto sou exigente com a vida e o quanto eu negócio com Deus: só serei generosa se tiver isso, só serei feliz se tiver aquilo...Diferente de mim, os jovens que foram a Jornada possuem uma alegria genuína. Eles praticam o bem e ponto final. São felizes com o que têm e não ficam esperando nada em troca da vida e de Deus. Fiquei tocada com tudo aquilo...
Lá na Jornada percebi o quanto a minha fé é pequena, comparada a enorme fé daqueles jovens. Devo admitir que senti certa inveja deles e também da forma como eles se posicionam na vida. Percebi o quanto sou exigente com a vida e o quanto eu negócio com Deus: só serei generosa se tiver isso, só serei feliz se tiver aquilo...Diferente de mim, os jovens que foram a Jornada possuem uma alegria genuína. Eles praticam o bem e ponto final. São felizes com o que têm e não ficam esperando nada em troca da vida e de Deus. Fiquei tocada com tudo aquilo...
Quando
a Jornada acabou e voltei para São Paulo, senti um vazio enorme. Uma tristeza
inexplicável, pois acho que de certo modo me alimentei da fé daqueles jovens enquanto
estive lá no Rio. Já em São Paulo, na minha casa e sozinha, não consegui reviver
aquela fé expressada de forma tão espontânea e natural.
Lembro
que logo após a Jornada até tentei escrever um texto sobre o evento. Mas foi em
vão. Estava triste, chateada e perguntando para mim mesma onde estava a minha
fé - a mesma pergunta que eu me faço agora: onde está a minha fé, se muitas
vezes uma pequena contrariedade já me transforma na criatura mais incrédula do
mundo? Ainda não sei onde está a minha fé e para falar a verdade eu ainda não
aprendi a viver com fé.
O
que sei é que vejo a minha fé sendo abalada a todo instante e por muito pouco,
pois o que tenho no momento é uma fé frágil, que sobrevivi aos trancos e
barrancos. Nessas horas, de pouca fé, sempre lembro daqueles jovens da Jornada;
tão cheios de fé e com tanta confiança na vida.
Camila
Santos