Agora sei que falta de semancol não tem
cura; quem nasceu com esse mal vai morrer com ele, e cabe a nós e ao mundo “aturar”
esse tipo de pessoa, que infelizmente não passou pelo recall.
O inconveniente nunca transita despercebido.
Ele deixa o seu rastro e a sua falta de tato para lidar com o mundo em todos ambientes: festas, happy hour, no trabalho...
Descobri que o esporte preferido de
gente assim é bombardear todo mundo com rótulos infelizes. A família e os
amigos são, com frequência, o seu alvo preferido. Já as reuniões familiares...bem
essas são um prato cheio para esses sujeitos soltarem as suas piadinhas
inadequadas. Eles adoram nomear tudo e todos com adjetivos poucos gentis:
fulano é gordo, ciclano é magricelo, fulano é boiola, ciclano é manguaceiro e por
aí vai.
As duas características que mais me
impressionam nesse tipo de gente é a falta de filtro quando abrem a boca.
Pessoas sem semancol falam demais e a mais. Eles sempre extrapolam: na piada,
na critica e no julgamento. Vomitam o que pensam, sem critério nenhum. Também
acho incrível a falta de sensibilidade dessas pessoas para perceber que
brincadeira tem hora, data e lugar. Mas para os que não foram “abençoados” com
o bom senso é difícil enxergar aquela famosa linha que delimita o espaço dele e
do outro. Uma pena; tanto para nós que temos que aturá-los, como para eles que
precisam cutucar o ponto fraco alheio para se sentirem bem.
Lamento não existir remédio para esse
mal. Ou será que existe? Talvez o remédio para essas pessoas seja praticar o
silêncio, ou treinar a distribuição de elogios (sinceros!). Mas será que quem
está acostumado a viver criticando ou rotulando deseja se curar? Tenho quase
certeza que não e nesse caso cabe, mais uma vez, a nós e ao mundo se proteger
de gente assim com guarda-chuva de aço.
Camila Santos