Algumas pessoas acreditam que eu sou uma pessoa
boazinha. Mas o que elas não percebem, pelo menos a primeira vista, é que
diferente de boazinha o que eu sou, de verdade, é uma pessoa boa. Eu sou do
bem. Alguém em que se pode confiar. Sou leal, sincera, verdadeira. Mas
boazinha, me desculpem os desavisados, isso eu não sou.
Lamento pelos os que confundem ser uma pessoa boazinha
com ser uma pessoa boa. Geralmente os bonzinhos cedem demais, ajudam demais,
quebram demais o galho para os outros. A pessoa boa também ajuda, cede e
colabora, mas a grande diferença é a frequência com que ela faz isso.
Quem é
bom coloca limite, mostra até onde pode ir. Já o bonzinho...coitado do
bonzinho! Ele está sempre à disposição dos outros.
A pessoa boazinha carrega, nas costas, o peso da
palavra sim: sim eu faço, sim eu vou,
sim eu fico, sim eu ajudo. Quem é bonzinho não sabe ou não consegue dizer não
para os outros. Ele está sempre pronto para ajudar, mesmo quando ele não quer
e, podem acreditar, na maioria das vezes ele não quer. No entanto, mesmo assim
ele faz, se sujeita, acata, comparece.
O bonzinho costuma deixar as pessoas ao seu redor tão
mal acostumadas que elas começam a acreditar que o outro tem que estar sempre
ali pronto, apto e disponível para ajudar. E ai do bonzinho se ele se rebelar e
decidir eliminar a palavra SIM do seu vocabulário. Ninguém vai aceitar. Cadê o
bonzinho que estava aqui? Sumiu!!!
Ser bonzinho custa caro e esse preço eu não quero
pagar, pois ser bonzinho, legalzinho,
bonitinho e todos esses INHOS causa fadiga na alma. Faz mal para a saúde física e mental.
Camila Santos