Fazia um bom tempo que eu
não parava para assistir novela, mas agora não perco um capítulo de Avenida
Brasil. Assisto todo santo dia ou, pelo menos, sempre que posso.
A trama global, do horário
nobre, não traz uma história inédita e nem personagens originais. Aliás, a
novela apresenta mocinhos e vilões já vistos inúmeras vezes na televisão ou no
cinema: a madrasta má e a menina órfã, o marido infiel, casais com grande
diferença de idade. Até o Nilo, personagem interpretado pelo ator José de
Abreu, nos remete ao lobo mau de um conhecido conto de fadas.
Definitivamente Avenida
Brasil não é uma história nova. No entanto, a novela prende a nossa atenção a
ponto de ficarmos em frente à televisão para saber o que vai acontecer depois
do intervalo.
Acredito que o fascínio de
Avenida Brasil não é a história em si. Mas sim o modo como à trama é
desenrolada capítulo a capítulo. A novela tem uma narrativa dinâmica, com
movimento. Acho até que essa foi a grande sacada do autor, pois ele percebeu
que o telespectador de hoje processa as informações com muita rapidez e
agilidade - consequência do uso da internet.
O autor também tem usado
muito bem dois elementos que seguram o telespectador: a interrupção da cena ou
capítulo no ápice de cada situação e a identificação com o dia a dia das
personagens. Aquele falatório na casa do Tufão não lembra a nossa casa quando a
família está toda reunida? E as brigas entre a Monalisa, personagem da Heloísa
Perissé, e seu filho Iran, Bruno Gissonia, não soa familiar? Tudo em Avenida
Brasil gera identificação!
O fato é que a novela
chama a atenção gostem ou não os cultos e intelectuais. Avenida Brasil está aí
provando, diariamente, que uma história bem contada vale a pena ser
assistida.
Camila Santos